
Em se tratando de um Homem médium transcendental, que é um Homem de muitas experiências, sabemos que temos um médium com os três reinos de sua natureza simetricamente bem divididos. Esta força lhe dá a faculdade de receber um espírito de luz e até mesmo um anjo do céu. Este médium, este homem, vive em todas as partes: Nos bares, nas vidas públicas, de um lado para outro encontramos este homem. Mil vezes encontramos este homem que não quer se preocupar com sua origem transcendental e que, sofrido, também não pode reclamar. Porque Deus, em sua figura singular vive a sua presença em todos os instantes de nossas vidas, por todos os cantos do mundo. Deus é a Presença Divina. No entanto, estamos às portas de uma grande abertura luminosa, que somente este homem, de bagagem transcendental, é capaz de assumir, porque só ele é capaz de conduzir e salvar o que vai nos restar.
Nesta grande maioria, vejo que vai sobrar muito pouco. O homem que tem os três reinos de sua natureza simetricamente divididos, é o missionário da última hora, vindo de mundos de mil experiências. Então, eis porque são capazes de assimilar o desenvolvimento espiritual desta época. Porém, enquanto não chega este dia que não sabemos com exatidão, vamos assumindo o trato que fizemos: AMOR, HUMILDADE E TOLERÂNCIA. Principalmente, nesta jornada que estamos enfrentando. Meu filho, este sacerdócio é a continuação de nossas vidas. Só temos uma alternativa...
O que será melhor? Viver, morrendo aos poucos, vendo perecer tudo em nossa volta ou viver na luta, criando o amor em seu redor? Tudo isto é o princípio e é o fim. É fácil viver sem dificuldades, ensinando aos que não sabem viver. Hoje, meu filho, te parece difícil. No entanto, eu te garanto que é tão fácil amar a todos no amor incondicional, vendo nas coisas feias um bom sentido. Um missionário não luta contra o seu irmão, caminha sem desatino, mesmo sem saber para onde vai, sem conhecer o seu destino. Onde não é desejado, procure ser afável, procure ser bom, um homem sempre precisa do outro. Ensine o amor a quem não souber amar. Porque, filho, a morte é uma grande surpresa! Muitas vezes estamos de pé para uma grande jornada, pensando ser a luz de um grande sacerdócio, sem sabermos que, do outro lado, já estão levantando-se as portas de um poder, nos chamando ao compromisso cabalístico eterno. Sim, filho, pelo nosso poder e pela Consagração Iniciática Cabalística, sabemos que as forças da Cabala são transmitidas por vibrações. Vejamos agora: é aplicado tudo o que foi criado, emite vibrações, quer seja causa orgânica ou inorgânica. Estas vibrações são também chamadas Energias, fenômeno direto, inteligente e material, ao mesmo tempo independente de nossa vontade e de nossa imaginação, espontaneamente, de raciocínio, rompe os músculos e levanta o espírito da cura. Sim, filhos, estamos marchando para uma Nova Era. A luta do Poder Espiritual é horrível nos mundos espirituais, e por isso o Homem passa por grandes acontecimentos.
Só mesmo a conscientização do espírito individual poderá se liberar dos fenômenos individuais. Sim, filho, as lutas, as guerras constantes dos exus, eguns, são terríveis. Existem os que já subiram para o sono cultural, isto é, tiveram a graça de serem retirados por um padrinho. Sim, quando estamos em dificuldades chamamos pelo nosso padrinho e ele, somente ele, pela graça de Deus, pode colocar o seu afilhado no grau de sua evolução. Devemos admitir, então, que tudo entre o afilhado e o padrinho possa acontecer. Tudo, inclusive, uma mudança estrutural e benéfica. Não se esqueça, filho, que livre é o homem que sabe amar. Somente o trabalho nos ergue e nos faz compreender que, enquanto trabalhamos com nossos irmãos, estamos em contato com Deus. Nunca reclames da luta, mil vezes, e nunca reclame da paz. É preferível a esperança da busca que a paz da resignação. Sim, filhos, Jesus ilumine os nossos corações! Estamos na marcha evolutiva da Nova Era. Precisamos preparar-nos. Todos os nossos encontros serão feitos por cartas, é o que posso fazer, filho querido do meu coração. Juntos discutiremos esta cartinha.
TIA NEIVA
Vale do Amanhecer, 14 de agosto de 1984