Tolerância- também chamada paciência - é saber aceitar, de forma
passiva, ações ou comportamentos com os quais não se concorda ou até mesmo se
reprovam, sendo, assim, uma concordância do mal real ou suposto, em respeito à
liberdade e ao livre arbítrio, desde que não envolva ofensas ou crueldades.
Quando sabemos o que tem que ser feito, a forma
positiva de agir, o modo correto de conduzir uma ação e, por amor, evitamos um
choque que poderia ser nocivo a quem está agindo mal, estamos sendo tolerantes. Sem tolerância, a vida se transforma
em angustiosa luta, cheia de desespero, de sofrimentos e infelicidade. A
harmonia com a tolerância nos dá uma projeção de paz e luz em nossa mente. Não somos donos da verdade, mas temos muito
conhecimento do Universo e das leis que nos regem. Portanto, devemos aprender a
usar a tolerância com os nossos irmãos encarnados e desencarnados, para evitar
posições agressivas ou de crítica, a fim de que possamos praticar a Lei do
Auxílio não só no sentido do nosso merecimento, mas, principalmente, para nos
ajudar a evoluir. Um momento de impaciência pode desencadear anos de aflições e
sofrimentos. Temos, no nosso planeta, irmãos que reencarnaram pelos erros e
teimosias, pela crueldade e violência, pelo total desrespeito às Leis Divinas,
tristes quadros que envolvem dolorosas lutas espirituais, junto aos quais temos
que levar avante nossa missão, armados com nosso amor, com nossos conhecimentos
doutrinários e com nossa tolerância. No Sermão da Montanha (Mateus, V, 39 a 41), Jesus dá o exemplo da paciência: “Não resistais ao malvado;
pelo contrário, se alguém de ferir na tua face direita, oferece-lhe também a
outra. E ao que tenciona citar-te em juízo e tirar-te a tua túnica, deixa-lhe,
também, a sua capa. E se alguém te obrigar a ir mil passos, anda com ele ainda mais
dois mil.” Esta é a base da tolerância. Quando assumimos uma ação de vigiar
ou controlar outra pessoa, para evitar maus comportamentos ou vícios como
bebidas e drogas, nos arriscamos a afundar cada vez mais aquela pessoa no
abismo que pretendemos evitar se não tivermos amor e tolerância.
Geralmente é uma atitude difícil, pois, nascida da conscientização do “eu” (*),
torna-se um sofrimento silencioso e normalmente mal compreendido pelos outros,
porque é muito pessoal o que uma pessoa tem condições de aceitar ou tolerar. A tolerância não deve ser uma atitude
dominante da personalidade, mas sim usada no momento certo, com a pessoa certa.
Em casos de necessidade, para manter a paz no nosso interior e ao nosso redor,
a tolerância é a melhor postura para questões morais e religiosas, não
significando isso que devemos ignorá-las, mas, sim, controlar nossas ações e
reações, nossas palavras e pensamentos, para não criar conflitos e, dessa
forma, afastar aqueles a quem queremos ajudar. Quando nos envolvemos com outras
pessoas querendo atenuar uma dor ou um sofrimento, devemos aprender, com a
tolerância, a impor limites para esse envolvimento, pois, se não o fizermos,
corremos o risco de sofrer mais que elas ou aumentar sua dor. Essa tolerância é
fundamental nas ligações afetivas, na vida a dois, quando o ajustamento de duas
pessoas é feito de modo desgastante, na jornada de compartilhar acontecimentos
e atos cotidianos na vida do casal.
Quando desejamos consertar pontos negativos que vemos em outra pessoa, temos
que agir com amor e tolerância para que ela entenda sinceramente o que
pretendemos e que estamos tentando modificá-la porque nos importamos com ela.
Na verdade, a tolerância é baseada no conceito de quese não podemos modificar
uma pessoa, temos que nos modificar a nós mesmos. Mas isso só funciona na
direção positiva, quando fazemos um bom exame de consciência e verificamos que
a nossa falta de paciência corre por conta de nosso egoísmo (*) ou de nossa
sombra (*), e que nada há para ser mudado em outra pessoa, devendo esta ser
aceita como é. Quando nos empenhamos em ajudar alguém que vemos trilhando caminhos perigosos ou dolorosos,
principalmente se é uma pessoa muito próxima de nós, temos que buscar o
fortalecimento de nossa sensibilidade com pequeno desligamento do problema,
para que não fiquemos mergulhados totalmente no caso, o que gera desgastes
psicossomáticos e energéticos. Isso faz com que possamos nos fortalecer e
diminuir nossa ansiedade. Face às agressões dessa pessoa, não reaja, e, sim, apenas se
proteja intimamente para não sofrer os golpes em profundidade. Devemo-nos
lembrar de que temos que estabelecer limites, com base no amor e na caridade, para tudo o que fazemos. E isso inclui
a tolerância. Se verificarmos que estamos mais preocupados em modificar as
atitudes de uma pessoa do que ela
mesma, devemos repensar nossos atos e analisar friamente a situação. A
tolerância é para todos os momentos, exigindo grande sacrifício, sincero,
profundo e verdadeiro, um ato de amor que busca criação de equilibrado padrão
vibratório no nosso relacionamento, permitindo a aceitação do outro tal como
ele é. Devemos ter sempre em consideração,
pelo nosso conhecimento doutrinário, que estamos nesta vida para evoluir, e
esta evolução tem, como base, a tolerância para com os atos de nossos irmãos,
encarnados e desencarnados, que são colocados em nossos caminhos para nos dar a
oportunidade de demonstrarmos a elevação de nossos sentimentos.
• “Escrevemos a morte conforme a vida. Escrevemos a morte e a dor quando não
temos amor. Olhei para o céu e vi imensas estrelas. As portas estavam fechadas,
eu já estava deitada. Dormi. Porque antes pensava na vida com medo da morte,
hoje penso na morte com medo da vida. AMOR
É O ALIMENTO DO CORPO. A TOLERÂNCIA É O ALIMENTO DO AMOR. O Homem precisa
do amor para viver, o amor precisa de tolerância para crescer...” (Tia Neiva,
18.10.78).
Fonte:
OBSERVAÇÕES TUMARÃ