Uma das bem-aventuranças proclamadas por Jesus no Sermão da
Montanha diz: “Bem aventurados os mansos, porque herdarão a Terra!” Ser
manso é ser humilde. A humildade é uma virtude do Homem que aprende a se
dominar, aplacando seus sentimentos quase Inconscientes de orgulho e soberba,
reconhecendo seus limites ante a dignidade do próximo e sua limitação ante a grandeza
de Deus. Um dos alicerces da condição do Jaguar, junta-se à justiça e à verdade
para formar o caráter do médium que pretenda cumprir fielmente seus compromissos com
a Espiritualidade Maior.
É preciso determinação e paciência para caminhar, cada
vez mais alto, na estrada da humildade. O grande exemplo foi o do Divino e
Amado Mestre Jesus, cuja humildade, admirável e positiva, graciosa e redentora, nos ensinou, conforme Mateus (XI,
29 e 30): “Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim que sou manso e
humilde de coração: e achareis descanso para as vossas almas, porque o meu jugo
é suave e o meu peso é leve!”. E ainda em Mateus (XVIII, 1 a 5): “Naquela
hora, chegaram-se a Jesus os seus discípulos dizendo: Quem julgas que é o mais importante
no reino dos céus? E chamando Jesus a um menino, colocou-o no meio deles, e
disse: Em verdade vos digo, que se vos não converterdes e vos não fizerdes como
meninos, não entrareis no reino dos céus! Todo aquele pois, que se fizer pequeno e humilde como
este menino, será o maior no reino dos céus. E o que receber, em meu nome, uma criança
como esta, a mim recebe!”. A verdadeira humildade não é a do Homem perante
outro Homem, mas sim perante Deus. Jesus nos ensinou que pela humildade recebemos a ajuda divina, o prana. Quantas vezes a
Espiritualidade precisa de nós, nos procura, e fugimos ou nos escondemos, sem
consciência de que fazemos isso simplesmente pelo orgulho. Na Doutrina do
Amanhecer temos que ter consciência de nossa missão e do que representamos: a
Corrente é imensa, luminosa, de uma grandeza infinita, e nossa capacidade mediúnica
será grandiosa se estivermos nela perfeitamente integrados, e não por nossa simples
e pequenina personalidade. Nós precisamos da Corrente - ela não precisa de nós:
a partir daí temos condições de exercer nossa humildade. Em João (XIII, 14 a
17), o Evangelista, relatando a passagem em que Jesus lavou os pés de seus
discípulos: “Vós me chamais de Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o
sou. Se, pois, eu vos lavei os pés, eu que sou vosso Senhor e Mestre, também
vós deveis lavar os pés uns dos outros. Eu vos dei o exemplo para que assim
como eu vos fiz, o façais também. Em verdade, eu vos digo: o servo é maior do
que o amo, nem o apóstolo maior do que aquele que o enviou. Se compreendeis
estas coisas sereis felizes, contanto que as
pratiqueis.” Aprendemos, então, que devemos ter a simplicidade de
coração, sem depender da vivência social, intelectual ou formal. Nos trabalhos
do Templo, as indumentárias nos igualam. Nosso uniforme faz com que todos se
sintam sem distinções de classe, de cor ou de qualquer outro fator. Uma grande
lição de humildade nos é dada por Pai Seta Branca, que desce de sua grandeza e plenitude
para se submeter a um comando quando, incorporado em um simples médium, nos
traz sua bênção. E essa humildade sentimos e nos ilumina em todos nossos trabalhos com a
Espiritualidade.
Por que, então, seríamos orgulhosos e arrogantes? O médium de incorporação
corre riscos de se engrandecer, vaidoso das entidades que incorpora esquecido
de que ele é simples instrumento e, como tal, tem que estar em perfeitas
condições para ser utilizado pelos Mentores. Amor, tolerância e humildade! São
os três reinos de nossa natureza, são o nosso caminho, devem ser nossa preocupação
constante. O verdadeiro médium, com amor, faz sua preparação, chega diante do
Pai Seta Branca e humildemente suplica: Pai, aqui estou, com todo o meu amor,
para que disponha de mim conforme a Sua vontade! E parte para o trabalho
confiante na sua intuição, naquilo que vai receber dos altos planos
espirituais. A nossa missão é difícil, nossa jornada é cheia de obstáculos, e somente com humildade vamos entender que as dificuldades foram criadas por nós
mesmos, em jornadas anteriores, e que não podemos culpar ninguém, além de nós
mesmos, por nossos sofrimento. Só a humildade nos auxilia, porque nos permite
receber o prana, nos dá condições para contemplarmos nossos quadros com visão
bem próxima da realidade e nos concede a grandeza de avaliar nossas ações
dentro da Lei de Causa e Efeito. Obedecer à hierarquia, ser humilde sem se
humilhar, ser manso sem ser servil, cumprindo nossas metas cármicas com plena
consciência do que somos e do que queremos ser dentro da perfeita conduta
doutrinária, respeitando nossos próximos e buscando obedecer às leis da
sociedade e da moral, sobretudo às Leis de Deus - eis nossas diretrizes como
verdadeiros Jaguares.
• “Entretanto, no Evangelho, tudo se resume na prática destas três palavras,
que nós sempre repetimos: Amor, Tolerância e Humildade. Agora, chegou o momento de saber até
que ponto cada um de nós adquiriu a capacidade de perdoar, de tolerar, de ser humilde, de não
julgar e de amar, e assim avaliar o ponto a que chegou em termos de amor incondicional!” (Tia
Neiva, s/d);
• “Pai Seta Branca diz que: “A humildade e a perseverança de vossos espíritos
conduziram-me ao mais alto pedestal de força básica que realizou esta corporação.” Mais uma vez
você, com seu esforço, amor e humildade, encheu da maior alegria o coração de nosso Pai tão
querido!” (Tia Neiva, Carta Aberta n. 6, 9.4.78);
• “Ser humilde é ser amor. Ser humilde é ser manso de coração, é ser tratável.
Toda filosofia exige humildade de tratamento, principalmente para com aqueles que precisam de nossos
cuidados. !” (Tia Neiva, 5.3.79);
• “O verdadeiro sentido da humildade é conseguir dar vazão, através de si
mesmo, da maior pureza do céu, que é a Voz Direta. Isto não diz respeito só ao Apará, mas,
principalmente, ao Doutrinador, porque os Doutrinadores são os portadores do Terceiro Verbo, da Palavra, que é
o fundamental do sistema crístico.” (Tia Neiva, s/d).
Fonte:OBSERVAÇÕES TUMARÃ