A LUZ E A PEDRA
Era uma hora da tarde. Já estava tudo organizado para a realização dos Trabalhos de Socorro Espiritual.
Os mestres começavam a chegar, juntamente com os pacientes.
Logo, todos os lugares do recinto encontravam-se ocupados.
Foi então colocada uma música de fundo.
Estava na hora dos trabalhos, os quais tivemos a honra pelos mentores de realizá-los em nossa garagem.
Voltando ao assunto, vi que logo seria transportada.
Logo, encontrei-me numa praia, diferente de tudo que já vi. Tinha areias brancas que pareciam neve, as quais eram muito delicadas, ou melhor, finas.
Fui andando para o lado das pedras, onde uma das quais, muito grande, destacando-se perante as outras, chamou-me muito a atenção.
Foi então que daquela pedra começou a surgir uma fortíssima luz que, na minha mente, era especial.
Aos poucos aquela luz foi se intensificando, dando a sensação de que a enorme pedra iria se abrir.
As águas do mar, que mais pareciam cristais líquidos, batiam na mesma, mas o que realmente dava-lhe encanto era a luz, que a cada momento aumentava mais, diante dos meus olhos.
Inesperadamente, dentre aquela luz na pedra, diante de mim, surgiu uma nave, toda feita de luz, da qual abriu-se uma porta.
Percebi então que já me encontra frente a ela.
Dela surgiu um senhor muito elegante, vestido de forma diferente, o qual foi logo me dizendo com palavras que transmitiam muito amor e suavidade:
- Salve Deus filha, em Cristo Jesus!
Com palavras que saiam bem baixas e trêmulas, respondi-lhe emocionada:
- Salve Deus!
- Não tenha medo! Entre - disse-me.
Com passos firme e pequenos, entrei e me sentei.
A porta fechou-se automaticamente.
Quando me olhei, estava vestida igualmente a ele, com um chapéu em forma comprida dos lados, parecendo mais um capacete espacial.
Novamente aquele senhor dirigiu-me a palavra, num tom suave, que transmitia muito amor:
- Não tenha medo.
E, então, a nave entrou nas águas daquele mar e foi lentamente descendo.
Era uma beleza jamais vira. Não teria palavras para descrever.
Num tom meigo, aquele senhor me disse com ternura:
- Chegamos ao fim da viagem. Salve Deus!
A porta se abriu e eu estava diante de uma cidade que parecia ser de um conto de fadas, porém, era real e se encontrava ali, na minha frente.
Em seguida, foi colocado no chão um tapete muito brilhante.
Em minha mente, achava estar pisando em cristais, porém, eram macios, nos quais não sentia os meus pés.
Andando sobre aquele tapete, perguntava-me: em que planeta eu estaria e, ao mesmo tempo, agradecia a Deus, a Jesus e aos meus mentores por tudo aquilo que estava acontecendo.
Nada era miragem da minha mente, pois estava presenciando e sentindo tudo.
Quando chegamos ao fim do tapete, havia na minha frente um enorme prédio em estilo Castelo da Grécia Antiga.
Havia margaridas e rosas por todos os lados, os quais davam um toque de perfume suave e agradável.
Suas belas escadarias eram todas em mármore branco como a neve.
Subimos e lá em cima chegando, encontrei várias pessoas, umas de branco, outras de lilás e de azul.
Ouvi uma meiga voz me dizer:
- Sejas bem vinda e Salve Deus!
Não vi quem era, apenas ouvi sua voz.
A porta se abriu, todos entramos e nos deparamos com uma grande sala.
Lá dentro, havia um senhor todo iluminado, sentado numa cadeira, parecendo mais um rei.
Continuei andando, até que notei que me encontrava só, no meio do salão.
Não sei explicar, mas uma intuição me dizia:
- Segue.
Chegando ao fim daquela grande sala, deparei-me com uma porta gigante, que parecia ser de ouro ou bronze.
Ela se abriu e então entrei.
À minha frente havia outra sala, a qual era comprida e toda iluminada por seus grandes lustres de cristais.
A luz, porém, que provinha daqueles lustres era uma luz de uma magia impressionante, a qual transmitia muito amor.
Logo após, minha atenção foi chamada para as paredes, nas quais se encontravam grandes molduras de quadros com pinturas antigas.
Para minha grande surpresa, estava ali também meu retrato em tamanho grande: bonita, com olhos que transmitiam amor e paz.
Não sei por quanto tempo fiquei para frente ao mesmo.
Depois, fui levada novamente ao salão interior.
Aquele senhor iluminado que lá estava sentado veio ao meu encontro e, num tom meigo, disse-me:
- Salve Deus!
Em seguida, disse meu nome e, então, respondi-lhe, com voz firme e suave:
- Salve Deus!
Começamos a andar em direção à porta e ele continuou a falar:
- Este mundo é teu e será sempre teu. Pertence a você.
- É um mundo astral que você dirigiu com teu amor.
Já estávamos perto da porta, quando ela se abriu e então saímos.
Aquele outro senhor, o qual ali havia me levado, já se encontrava me aguardando e, então, disse-me:
- Eu sou aquele mentor que você e teus filhos carinhosamente colocaram-me o nome de "Pequenino", o qual aceitei com muito amor. Salve Deus!
Sem que eu pudesse dizer alguma coisa, diante de tanta emoção, ele me pegou gentilmente pelas mãos e começamos a descer as escadas.
Sentia-me mais bonita e perfumada.
Enquanto eu caminhava, lembrava-me de que tinha recebido uma mensagem do Pequenino, na qual me dizia chamar-se Flávio.
Foi quando chegamos novamente à nave.
Quase ia esquecendo de dizer que, quando nela cheguei, trocaram a minha roupagem de viagem por uma outra, branca, de estilo romano ou grego, com tecidos finos que brilhavam. Encontrava-me também descalça.
Aos pés da nave, Flávio me disse:
- Vamos voltar.
Eu já me encontrava novamente com a roupa de viagem. Salve Deus!
A porta abriu-se e logo que entramos, fechou-se e então partimos.
Pela janela eu via outros lugares que nunca tinha visto.
Por mais que eu queira explicá-los, não saberia passar para o papel.
Era uma magia de encanto e amor, no fundo daquele mar.
Sem que eu percebesse, estávamos chegando ao mesmo local de onde partimos inicialmente: na mesma pedra, porém, antes de ali chegarmos, formou-se sobre as águas uma espécie de tapete, sobre o qual a nave foi deslizando.
Quando chegamos, a porta da nave se abriu e então Flávio me disse com a mesma ternura:
- Salve Deus! Até a próxima vez!
Eu disse a mim mesma:
- Vou aguardar ansiosa por outro momento!
Já me encontrava transformada, novamente com a minha roupa branca, a qual eu já estava.
Quando coloquei os pés na areia, continuei a andar, como se estivesse vivido um sonho, embora não fosse.
Ainda ouvia aquela voz muito meiga, que continuava dizendo:
- Salve Deus, com Cristo, em Cristo! por várias vezes.
Despertei-me e vi que já estava em meu leito.
Foi tão incrível, que naquele momento, cheguei a perguntar-me:
- Teria sido um sonho ou uma miragem?
Para muitos a resposta ficará no ar e eu só poderei dizer:
- Salve Deus!
Maria Mercedes