2 de março de 2022

As viagens espirituais de Maria Mercedes: Capítulo IX

OS BAÚS

Vinte e nove de maio de mil novecentos e noventa e um.
Era manhã, eu estava fazendo os serviços comuns de minha casa, quando senti uma sensação de sono. 
Quando dei por mim, já encontrava-me deitada em minha cama.
Logo, fui transportada para um local estranho, mas bonito. Havia flores de todas as cores e uma baixinha grama verde. 
Andando lentamente, receosa, deparei-me com uma casa grande. Era realmente muito grande, tipo a estes casarões antigos.
Sabia que havia alguém na casa.
Embora não conseguisse ver quem era, sentia sua presença, a qual não me era desconhecida.
Abriu-se a porta e projetou-se suave e meiga voz.
Não conseguia ver de onde vinha, somente a ouvia. 
Entrei então na casa. 
Os cômodos eram grandes e tinham um toque de muito bom gosto. 
Subi as escadarias, que eram todas de mármore branco. 
No fim das escadas encontrei um grande salão, que parecia ser de festa. Era todo atapetado em veludo vermelho e suas portas davam a outros quartos. 
Entrei num daqueles cômodos, os quais também eram grandes e de um toque de muito bom gosto. 
Um cômodo, porém, chamou-me a atenção, pois nele havia muitos baús, os quais se abriram com a minha presença. 
Todos estavam cheios de ouro e pedras precisosas. A meus olhos, tudo aquilo se encontrava em uma grande quantidade. 
Uma porta aberta, de cortinas esvoaçantes, que dava para a sacada me chamou a atenção. 
Era o luar, que por encanto, clareava tudo com seus raios, parecendo um dia de muito sol. 
Em seguida, fui levada por um raio de luz, o qual me conduziu a um grupo de pessoas, que estavam todas sentadas à beira de uma fogueira. 
- Salve Deus! - foi o que eu disse.
Ali eu senti a presença de minha Guia Missionária e de minha querida preta velha, Mãe Conga. 
Naquele grupo havia pessoas conhecidas, as quais pertenceram a uma época remota. Havia um casal que estava com seus pais, seus filhos e filhas e um capataz. 
Parece estranho, porém, verídico: os pais daquele casal foram meus pais nesta minha atual encarnação; suas filhas, minhas irmãs e o capataz é hoje um outro irmão meu, o qual gosto e respeito muito, porém, naquela época, fora meu filho. 
Ali, também se encontrava um sacerdote, o qual me disse também ter sido um irmão meu daquela época. 
Em nome de Deus, cheguei perto de cada um, pedindo perdão: 
- Me perdoem em Cristo Jesus! 
Uma luz me acompanhava naquele momento. A meus olhos, saíam dela como que por encanto, uma espécie de raios e flocos de luz, os quais iam libertando um a um dos ali presentes. 
Subindo com os raios luminosos, eles faziam um gesto de gratidão com as mãos. 
Foi então que o casal me disse: 
- Salve Deus filha! Todo aquele ouro e pedras preciosas você transformou em amor na sua missão! 
Não sei quem era o casal. Somente sei dizer que tinham muita luz, paz e de um olhar sereno, que me deixava totalmente equilibrada. 
Ainda os ouvi, quando me disseram: 
- Salve Deus! Este casarão está sendo doado a você, para que, através de seus mentores e seu amor, possa transformá-lo em uma mansão e receber todo o teu povo. 
Foi quando naquele instante, meu filho no físico, entrou em meu quarto e então voltei a mim. 
Estava serena, sentindo a presença daquela luz, que passava por todo o meu corpo. 
Com Cristo e em Cristo. Graças a Deus. 

Maria Mercedes