21 de janeiro de 2021

As viagens espirituais de Maria Mercedes: Capítulo VI

 A COROAÇÃO

Salve Deus!
Eram três da tarde.
Estávamos numa aula de desenvolvimento espiritual, ao som de uma melodia.
Sentada, prestando atenção, sentia-me envolvida por uma calma, amor e tranquilidade, que me envolviam também todo o corpo.
Era uma luz que se fazia aos meus olhos e em minha alma.
Já estava toda envolvida por aquela luz, quando me encontrei fora do corpo.
Passo agora a narrar os acontecimentos.
Quando me dei conta, vi que estava numa praia, suas areias eram brancas e tão macias que eu não sentia os pés.
As águas do mar eram verdes como esmeraldas, tão serenas que pareciam estar paradas, e os raios de sol que nelas se refletiam, davam-lhes via e uma magia de amor.
Uma energia tomou conta de mim e me levou mar adentro.
Conduzida por aquela energia, fui caminhando passos firmes até chegar ao fundo, onde tudo era tranquilo e de rara beleza, com uma magia inesquecível.
Naquele local havia grandes rochas e pedras de uma tal beleza, que mais pareciam diamantes brutos.
Sentia-me completamente envolvida naquela magia de luz e amor.
Havia uma espécie de grama verde, que era curta e estava bem cuidada.
Posso dizer que toda aquela beleza nunca foi tocada pelo homem.
Olhando tudo aquilo, encantada, cheguei a tal ponto de me sentir transparente.
Encontrei-me sentada numa das pontas de uma pedra, a qual tinha o formato de uma sereia e era como um trono.
Sentia ao meu lado uma presença de um ser iluminado.
Com o olhar calmo e sereno, transmitindo amor, disse-me:
- Olhe a sua volta.
Olhei-me e vi que ao meu redor havia uma forma de arco.
Várias sereias sinalaram para que eu me ajoelhasse.
Às vezes, tenho receio de passar aos meus amigos essas coisas, que são tão maravilhosas e gratificantes ao meu corpo, alma e espírito.
Ajoelhei-me sob aquele silêncio de magia e amor, do qual só se ouvia o som das águas, que se fazia em melodia.
Continuei ajoelhada e voltei a ouvir aquela meiga voz, que também soava como uma melodia aos meus ouvidos:
- Salve Deus! Chegou a hora de ser coroada!
E colocaram sobre minha cabeça uma coroa de flores, que pareciam margaridas, porém brilhavam muito.
Fiquei sem saber o que fazer.
Falhava-me a voz de modo que nada saía, pois não que merecia tudo aquilo.
Novamente ouvia a voz:
- Levante-se para receber de Mãe Iemanjá sua coroação.
- És uma missionária.
Naquele mesmo instante uma imensa luz tomou conta de todo o local.
Havia muita magia de amor misturada com aquela luz. Dela saíam fagulhas de todas as cores na forma de pequeninos brilhantes, o que trazia ainda mais energia àquele lugar.
No meio daquela luz havia um vulto que também tinha uma luz, porém, diferente da primeira, esta brilhava ainda muito mais.
Não fui merecedora de discernir, via apenas o vulto.
Para mim, já era o bastante e estava maravilhoso somente o fato de ter passado por toda aquela transformação.
Logo em seguida, senti colocarem em minhas costas uma capa branca, a qual tinha um brilho que se misturava com a luz.
Aos meus olhos, formou-se um arco de flores.
Novamente ouvi aquela voz, que me dizia com mais ternura:
- Filha, está na hora de receber estas energias sagradas. São tuas.
- Busque o teu amor e o teu equilíbrio, pois é muito importante este momento para você.
Fez um silêncio, o qual tomou conta do meu ser e de todo o local.
Daquele arco de flores se fez um caminho, uma espécie de túnel, no qual me pus a caminhar, sentindo que não estava só.
O teto era de cristais brancos e as laterais estavam todas floridas.
Sentia-se um perfume suave e agradável.
Fui caminhando até que me encontrava-me novamente na praia. A volta, porém, foi rápida.
Voltei, então, ao meu corpo com aquela fragrância do perfume das flores.
Encontrava-me sentada.
Ali estava um mestre que, curioso, apesar de respeitar esses momentos, perguntou-me:
- O que a senhora estava fazendo, pois movimentava as mãos?
- Não é nada! respondi.
- Apenas estava em sintonia com meus mentores e os trabalhos.
Ele acreditou e seguimos normalmente a aula.
Salve Deus e graças ao meu bom Pai!

Maria Mercedes