27 de março de 2017

"Tudo" que me acontece fora da matéria, em minhas "Deliciosas" Madrugadas

Meu Deus como nos embrutece o corpo da matéria, e como somos felizes e compreensivos, mesmo as poucas horas que conseguimos nos libertar “dele”. A mediunidade nos sacrifica, porque a nossa condição humana terrena vive sempre acrisolada ao passado no corpo, nos exigindo suas funções normais, ao passo que fora dele, sentimos uma sensação tão maravilhosa de libertação, que chegamos mesmo a nos  envaidecer. 

É preciso termos cautela, caso contrário, é perigoso o complexo de superioridade, e por mais que tenhamos humildade sempre vemos os nossos irmãos como meras crianças, a mim, por exemplo, parece que já tenho uns 80 anos de experiência, pelos conhecimentos adquiridos com meus transportes em minhas madrugadas. Apesar dos conhecimentos que já disponho, não tenho e não me foi confiado qualquer privilégio em relação as minhas “funções” de encarnada. Passo realmente por todas as regularidades da carne, creio até que ainda estou muito longe deste aperfeiçoamento.
 A pedido da MÃE YARA, vou deixar escrito tudo que se passa nos meus trabalhos “ madrugueiros”, e como jurei a Nosso Senhor Jesus Cristo os meus olhos, direi tudo ao bem da verdade. Apesar de inúmeros desdobramentos, vou começar por este último.
 Dia 20 de Junho, o meu espírito estava conturbado por diversas coisas que eu não estava sabendo assimilar. Já eram 3 horas da madrugada e eu não conseguia libertar-me dos meus pensamentos, estava acrisolada pelas terríveis forças negativas que eu mesma havia atraído. Já estava atrasada para assumir meus compromissos na minha “deliciosa” CABALA onde dedico-me ao bem dos meus irmãos. Foi necessário utilizar os meus últimos recursos mediúnicos, e por fim libertei-me, graças a Deus e fora do corpo, eu em embriagava das coisas que eu amo.
 Que delícia! Experimentava agora, depois de tanta perturbação, a feliz libertação. Bem consciente, fui cada vez mais penetrando em tudo quanto não me é permitido no corpo da carne, e já estava para perder o senso da responsabilidade quando ouvi a voz serena de minha mentora que dizia:
- Minha Filha és senhora das tuas faculdades mediúnicas, porém és escrava da missão que assumistes perante Deus e os homens da terra. Não te iludas com esta libertação passageira, como também são passageiras estas tuas perturbações, vamos, disse mais; IRMA já te espera.
Parti dali sem fazer qualquer objeção apesar de ficar meio saudosa. É verdade, IRMA a cigana, já estava a minha espera, começamos o nosso RITUAL, IRMA e GERMANO o GÊNIO como nós o chamávamos. Defumou a minha manta e atirou nos meus ombros como de costume. Preparada, comecei aos PONTOS CABALÍSTICOS COM AS ESTRÊLAS. Depois a força magnética, onde distribuímos o ectoplasma... O GÊNIO VAI DITANDO o nome dos irmãos necessidade ( nome e idade)... De tudo que eu mais gosto é do JÔGO das estrelas com o TOPÁZIO, por ele vejo o desenrolar de carmas de criaturas tão amadas, e sobre o reflexo que me ilumina este rico jogo, muitas vezes, belas coisas consigo é deslumbrante é maravilhoso bailar sobre o reflexo deste JÔGO.
Depois voltei ao FOGO SAGRADO, e lã “arrematei” como sempre:
-  Senhor neste instante, e por todos os instantes de minha vida respeito e respeitarei as leis do meu Pai que está no céu. Tudo me vem do Reino de Deus que está dentro de mim, preciso e abaterei as trevas, nada resiste ao poder dinâmico. Escuto a voz do silencia e nenhuma escuridão é demasiada para a luz do divino. Sou abençoada pelo senhor que habita em mim. Pelo pensamento neste instante vou controlar minhas forças mentais e vitais. Nenhum pensamento negativo poderá entrara em minha mente. O altíssimo tem seu templo em meu íntimo. Nada resiste ao poder dinâmico do meu espírito tenho absoluta fé, que tenho o poder de fazer o que em nome do meu senhor, eu quiser. O amor e a chama branca da vida, reside em mim. E, com a bendita estrela de Davi, jamais me esquecerei do poderoso poder sobre o Jeová Negro, que é este poder mediúnico que me incendeia nos olhos, na boca, nos ouvidos, e enfim, no fundo de minha alma.  Lavras bendita desta Fogueira Sagrada, queima as impurezas e abre os caminhos destes entes amados que foram chamados pelo gênio, filho de Sabá. Prepara-os, compromete-me na maneira do possível, na corrente mestra do astral, para que ao voltarem aos carreiros terrestres, levem individualmente seus equipamentos de vibração.
 E, pela luz dos olhos eu os conduzirei e saberei encaminhá-los ao bem da justiça do meu Pai que está no céu. Agora e sempre lavras bendita, emanam meu corpo para que eu possa sempre sem medo, dominar a noite do “Jeová Negro”, com estas rédeas que me confiastes. E na Alvorada do Divino, seja eu iluminada, meus olhos, minha boca, e toda a minha alma cigana.

TIA NEIVA

Taguatinga, 23 de agosto de 1966