11 de abril de 2019

Brumadinho

Neste momento de aflição, peço a Jesus que limpe meus caminhos.
Me encontro enterrado na lama, no sumiço do mundo.
Ontem era bela e formosa paineira.
Hoje sou um mar de lama.
Não choro mais, pois dos meus olhos escorrem terra.
Terra perdida, terra de lama.
Buracos abertos na alma de meu povo que se põem a chorar.
Vergonha estampada, na lama que cobre os corpos.
Desnudos de vida,e no charco da lama.
Hoje sou outra, despojada de joias verdes.
Onde na minha relva repousavam pastores.
Hoje virou cemitério de almas.

28 de janeiro de 2019