Nove de Junho de 1960. Data
inesquecível!
Caminhava, guiada pela grande convicção que tudo
vindo de meu PAI SETA BRANCA estava certo. Aspirações mais secretas,
indefinida, eu caminhava naquela minha solidão, hoje também distante.
Sim, caminhava e para mim cada dia e cada noite embrenhava no mais profundo
mistério para mim.
9 de junho de 1960, solidão. . .
tristeza. . . Caminhava, quando deparei comigo mesma, com que
profundo desamor. Não me preocupei de estar onde estava e o que poderia
acontecer com o meu corpo, onde estava. Levei os olhos para cima, vi,
senti que estava na terra. Aquelas árvores frondosas me davam medo. Senti
esta atravessando um caudaloso rio. Deparei com uma pequena clareira, que
não sei me parecia familiar. Comecei a ouvir vozes e, num quase balet,
dançava uma linda mulher, vestida de cigana, onde também, homens ciganos,
vestidos a muito bom gosto, tocavam violino. Uma voz em harmonia chegou aos
meus ouvidos, como se me quisesse amparar:
É uma tenda cigana. É a tua origem e
de todo o teu povo.
Comecei, então a raciocinar, o que até então
não fizera. Por que tanta solidão ? Por que tanto mistério, e do que me
servirá todo este conhecimento? Não obtive resposta e, alheios aos meus
sentimentos, àquelas lindas pessoas cantavam e dançavam em sua alegria.
Comecei a pensar, sem qualquer afirmação, estes
pensamentos que a gente pensa sem saber por quê. Se amam eu via a ternura
entre eles, casais juntinhos se acariciavam, porém sem um toque de
sensualidade.
O meu coração se enchia de ternura, algo que
até então não sentira. A volta foi mais leve, porque comecei a sentir
inveja daquela gente. . .
Salve Deus
!
TIA NEIVA
TIA NEIVA