HISTÓRICO
Havia nas imediações de Angical uma
enorme fazenda, na época a famosa Fazenda Três Coqueiros, pertencente a ALFREDO
e MÁRCIA, estes recém-casados, receberam a fazenda como herança.
Do outro lado da Fazenda Três Coqueiros, havia uma cachoeira que era o limite desta Fazenda com a dos FERREIRAS. Esta nobre e rica família dos FERREIRAS, era gananciosa e cada um queria ser o mais,rico, o maior, pois a vaidade e o orgulho eram as suas características.
Naquela região perto dos FERREIRAS, havia inúmeras fazendas, grandes e pequenas, pertencentes a famílias que eram aliadas aos FERREIRAS, e participavam das mesmas ideias cheias de maldade e ódio, pois a cobiça e a inveja fazia com que eles só pensassem em fazer o mal aos daquela Grande e Bela Fazenda Três Coqueiros.
Eram rixas transcendentais. Os FERREIRAS e os seus aliados sustentavam o ódio arraigado em seus corações. Estas duas famílias estavam sempre em choques e os aliados faziam trincheiras e tocaias, provocando inúmeras mortes e destruições. As mortes, porém, eram só de escravos. Como diziam eles, escravos são pagãos, não merecem bom trato; eram comprados como um animal qualquer.
Certo dia MÁRCIA, saiu a passear a cavalo e foi até a cachoeira, ficando admirada com a beleza daquele lugar, daquela linda cachoeira. Sim, ali fora a antiga Cachoeira do Jaguar, de Pai Zé Pedro, Pai João e das Princesas.
Do outro lado da Fazenda Três Coqueiros, havia uma cachoeira que era o limite desta Fazenda com a dos FERREIRAS. Esta nobre e rica família dos FERREIRAS, era gananciosa e cada um queria ser o mais,rico, o maior, pois a vaidade e o orgulho eram as suas características.
Naquela região perto dos FERREIRAS, havia inúmeras fazendas, grandes e pequenas, pertencentes a famílias que eram aliadas aos FERREIRAS, e participavam das mesmas ideias cheias de maldade e ódio, pois a cobiça e a inveja fazia com que eles só pensassem em fazer o mal aos daquela Grande e Bela Fazenda Três Coqueiros.
Eram rixas transcendentais. Os FERREIRAS e os seus aliados sustentavam o ódio arraigado em seus corações. Estas duas famílias estavam sempre em choques e os aliados faziam trincheiras e tocaias, provocando inúmeras mortes e destruições. As mortes, porém, eram só de escravos. Como diziam eles, escravos são pagãos, não merecem bom trato; eram comprados como um animal qualquer.
Certo dia MÁRCIA, saiu a passear a cavalo e foi até a cachoeira, ficando admirada com a beleza daquele lugar, daquela linda cachoeira. Sim, ali fora a antiga Cachoeira do Jaguar, de Pai Zé Pedro, Pai João e das Princesas.
Sabia-se que ali existiu um fenômeno
a cem anos atrás. MÁRCIA que era uma médium de grande percepção parou e
deslumbrada disse:
- É verdade, ali existiu um grande fenômeno de alguns escravos.
Nisso VALDEMAR FERREIRA chegou e abraçando a Sinhazinha pelas costas disse: Ali houve um grande fenômeno, dizem os antigos de uns Pretos Velhos forasteiros.
- É verdade, ali existiu um grande fenômeno de alguns escravos.
Nisso VALDEMAR FERREIRA chegou e abraçando a Sinhazinha pelas costas disse: Ali houve um grande fenômeno, dizem os antigos de uns Pretos Velhos forasteiros.
Imediatamente MÁRCIA lembrou-se que
VALDEMAR FERREIRA era o mais triste dos inimigos de seu marido e lembrou-se que
seu esposo lhe havia dito que ela jamais pisasse ali. Ela saiu correndo e o
destino pregou-lhe uma peça. Um pequeno escravo de VALDEMAR, viu a MÁRCIA ali
com VALDEMAR e contou tudo a ALFREDO.
MÁRCIA já esperava um filho de
ALFREDO. Todos aqueles escravos de VALDEMAR odiavam a Fazenda três Coqueiros,
por inveja, porque a vida dos escravos de ALFREDO era boa, eles levavam um a
vida normal. Até mesmo os feitores de ALFREDO eram bem tratados e eram bons
para os escravos, o que não acontecia com o povo dos FERREIRAS.
Certo dia, o filho de ZEFA, da
Fazenda três Coqueiros, começou a namorar uma crioula, escrava dos FERREIRAS.
Os escravos dos FERREIRAS, se voltaram contra o filho de ZEFA, e o esfaquearam
e colocaram-no na porta de ALFREDO, deixando um bilhete no qual diziam que não
queriam aquele cachorro lá. E mais, disse que quando o menino de MARCIA
nascesse, o mandasse para VALDEMAR.
MÁRCIA cansada e cheia de dores por
causa da gravidez já adiantada, ouvindo os gritos de ZEFA, correu ao encontro
da velha escrava. É que o ALFREDO encontrou o rapaz esfaqueado e vendo o
bilhete ficou cheio de ira e mandou que jogassem o rapaz no pasto longe da Casa
Grande. Mãe ZEFA, havia encontrado o filho e gritava por MÁRCIA, para que ela
tomasse conta do doente. MÁRCIA mesmo cheia de dores foi ajudar ZEFA e saiu com
Pai Zé Pedro para buscar o pobre escravo, que havia passado a noite ao relento
e os urubus já sobrevoavam sobre seu corpo.
A bondosa Sinhazinha mandou que
levassem o rapaz para dentro de casa, e houve um caso de desintegração: MÁRCIA passou com o doente perto de ALFREDO e este, não os viram.
Assim que ALFREDO encontrou-se com MÁRCIA sem explicar, mandou
que ela fosse para a senzala e fez um cercado de grade e prendeu a Sinhazinha
ali; mandou que Mãe Tildes cuidasse dela. Mãe Tildes era confidente e grande
amiga de MÁRCIA. Tão logo o filho nascesse ele o mandaria para VALDEMAR.
MÁRCIA cativou todos aqueles escravos com seu amor e
dedicação.
Quando Zé Pedro, o velho Nagô,
chegou para falar com MÁRCIA, ela perguntou quem é este homem? E Mãe Tildes
respondeu: é um velho Nagô que recebe espírito no lombo. Pai Zé Pedro chegando
e dizendo: Não Sinhazinha, não precisa ter medo. E virando-se para Mãe Tildes
deu um muxoxo “ linguaruda conversa demais”.
Viu MÁRCIA que aquele tinha uma
força do céu, e se afinou com aquele homem.
Numa manhã, o sol já brilhava
encantando com os seus raios toda a beleza daquela fazenda, eis que MÁRCIA
começou a passar mal e mais tarde a criança nasceu. Num reboliço muito grande
os Pretos Velhos se mobilizaram, E quando Mãe Tildes viu aquela criança passou
a mão nela, enrolou-a numa coberta e levou
para MÃE ZEFA, lá no meio do cafezal dizendo: Vai ZEFA, leva este
menino, porque ALFREDO vai matá-lo.
ZEFA, saiu correndo com o menino e
levou para a casa dos ferreiras, sem saber o que estava acontecendo. Entregou a
Sinhazinha, mãe de VALDEMAR. Esta nunca poderia revelar que aquela criança
fosse filho de ALFREDO. E um grande segredo se passou entre Mãe ZEFA e
EMERRENCIANA. ZEFA foi embora e nunca
mais se teve notícias dela.
Quando Mãe Tildes voltou do cafezal,
levou um susto pois MÁRCIA havia ganho
uma criança, uma linda menina. (Eram gêmeos) E Mãe Tildes começou a chamar a
linda menina de MARCINHA.
ALFREDO vendo a dor tão grande de MÁRCIA acreditou que ela era inocente. MÁRCIA não sabia que havia tido duas
crianças e acreditaram os dois que só tivessem aquela menina. ALFREDO,
inclusive morreu pensando que só tinha aquela menina.
Certo dia o crioulo apareceu para
dar satisfação onde estava o menino. Mãe Tildes sofria sem saber se devia
revelar o segredo a MÁRCIA. Foi perguntar ao Nagô e este lhe disse que não, ela
jamais poderia revelar a verdade.
Era um erro ela querer assumir a
dívida de MÁRCIA. Por outro lado, Mãe Tildes desconfiava de MÁRCIA, quando viu
o menino, pensando que ele fosse filho de VALDEMAR, pois parecia demais com
aquele Senhor.
O Nagô mandou chamar MÁRCIA e disse
que ela voltasse para Casa Grande, porque seu marido ia fiar louco e teria um
fim muito triste. MÁRCIA saiu dalí com o coração apertado, sabia que ALFREDO
não tinha condições de continuas aquela vida.
O tempo passou ligeiro e ALFREDO
morreu loco. MÁRCIA enclausurou-se naquela casa.
MARCINHA, já mocinha começou a
namorar o filho de VALDEMAR. Quando o rapaz entrou em casa, Mãe Tildes foi
correndo a Pai Zé Pedro e disse a ele que ela estava perdida, pois cortou o
carma de MÁRCIA e agora estava vendo casar com irmão. Nisso a porta se abre e
MARCINHA feliz, abraça Pai Zé Pedro e Mãe Tildes, dizendo-lhes que ia se casar;
ele quer casar-se comigo. E continuou:
- O Coronel VALDEMAR, tem dois
filhos, sabe o mais novo tem o dedo emendado, pregado um no outro, mas esse não
tem, esse é perfeito e não parece nada com o outro.
Pai Zé Pedro falou: Não lhe disse
Mãe Tildes, a grandeza de DEUS não tem limites?... Este não é o filho de MÁRCIA. E Mãe Tildes perdeu a voz até que MARCINHA se casou com aquele rapaz.
MÁRCIA não soube a verdade sobre seu
filho até o dia em que EMERENCIANA o revelou. Jacó tinha dois dedos emendados,
esta era aprova do filho legal de ALFREDO, este tinha também os dois dedos
pregados um no outro.
No dia do casamento de MARCINHA,
veio a Lei Áurea, a abolição da escravatura, e foi uma terrível confusão. Tiros
e brigas.D. AMÁLIA morreu (esposa de VALDEMAR).
D. EMERENCIANA, na hora de morrer
mandou chamar MARCIA e revelou o seu segredo: JACÓ era seu filho. Contou toda a
verdade. MARCIA antes de morrer abraçou seu filho JACÓ, cheia de emoção.
Mãe Tildes que era um espírito tão
santo teve que pagar ainda essa pena. A culpa de ter reparado um carma
indevidamente., Eis o que acontece com quem corta ou interfere nos destinos dos
outros.
O pessoal de ALFREDO, aqueles
escravos, aquela gente ouvia VALDEMAR, culpando os PEREIRAS, DA Fazenda três
Coqueiros, se arremessaram contra a Fazenda Três Coqueiros ficando pela força
de DEUS, apenas Mãe Tildes, Pai Zé
Pedro, Uraí e Urail. O Nagô fugiu com Mãe Tildes e duas crioulas para a Fazenda
da CAFEEIRA.
MARCINHA casada levou consigo seu
irmão JACÓ. Foi uma mortandade tão grande que no outro dia exalava mau cheiro
daqueles cadáveres. Veio então a Volante, polícia baiana e com dificuldades se
reajustaram com aquela gente.
Na Fazenda dos FERREIRAS, ninguém
triscava a mão. Vieram de longe os velhos Coronéis e Sinhozinhos, Pais de
ALFREDO E MÁRCIA, e queriam levar consigo os netos MARCINHA e JACÓ, e estes,
porém, não quiseram voltar.
Todos que passavam por ali, falavam
da triste tragédia daquele povo. Povo esse, espíritos espartanos vindos de
nossa origem e aqui não suportaram as velhas rixas.
Os FERREIRAS, alguns, que fugiram
continuavam a se entrincheirar para novas tragédias. Mãe Tildes e Pai Zé Pedro
fugiram dali para o ANGICAL.
Por hoje é só. Aqui estão os que
precipitaram os malvados desta tragédia. Ainda faltam componentes desta
história.
Neste instante,porém, diante dos
senhores e das senhoras, não posso avaliar quais dos senhores foram FERREIRAS e
quais foram PEREIRAS.
Salve Deus!
Só Deus neste instante poderá
avaliar quem foram.
Salve Deus!
TIA
NEIVA