É
uma história que um Espírito contou para Tia Neiva, e pediu para que sempre que
houvesse oportunidade, a história dele fosse contada para o Corpo Mediúnico
como experiência, como exemplo.
Esta
história aconteceu aqui no Brasil, no
Estado de Minas Gerais, em Alfenas. É uma cidade, um município de Minas,
montanhoso.
“
Havia um fazendeiro muito rico, e na fazenda dele haviam muitos agregados,
muitos colonos. Ele tinha um filho, um jovem rapaz muito bem apessoado, inteligente. E esse rapaz se
interessou pela filha de um agregado lá da fazenda; mas era uma moça de outra
categoria. Ele não tinha grande interesse, só queria se divertir com a moça.
Os
pais da moça foram contra, acharam aquilo um absurdo, sabiam os resultados das
intenções dele. Mas um belo dia ele a raptou. O pai da moça ficou muito
revoltado, e foi atrás dele. Foram se encontrando e entraram em luta. Ele era
velho e outro era jovem, forte, e acabou matando o pai da moça, da jovem,
assassinou-o.
E
este Espírito (o Pai da Moça), saiu com tanta revolta que se tornou um
obssessor, e ficou urrando no espaço.
O
jovem, mais tarde, abandonou a moça, largou ela pra lá, conheceu uma jovem da
sociedade, dentro da classe dele, se casou, foi muito feliz, viveu ,muitos
anos, a vida foi boa pra ele.E ele fez também muita coisa boa, dava esmolas,
morreu com quase oitenta anos, numa cama, com uma velinha na mão, todo mundo
chorando em torno dele.
Mas
quando chegou do outro lado e o véu caiu do rosto dele meus irmãos, ele viu a
tragédia que ele provocou, e começou a receber as vibrações daquele Espírito
que se tornou seu obssessor. Meus irmãos, é a coisa mais triste, é recebermos
vibrações. Por isso é que nós estamos aqui, é por isso que nós pedimos tanto
para voltar.
E
foi indo, foi indo, foi indo, e ele pediu a oportunidade de reencarnar.Ele foi
para uma Colônia, e disse que queria reencarnar, viver lá na Terá cinqüenta
anos, cego, esmoléu, carregando este obssessor nas costas para pagar sua
dívida, para se libertar.
Daí,
o responsável pela reencarnação dele disse o seguinte: ” VOCÊ NÃO VAI SER
ESMOLÉU, NÃO VAI SER NENHUM CEGO. VOCÊ VAI SER UM DOUTRINADOR”.
Então
ele reencarnou, de um casal de colonos ele era filho único. Um dia eles vinham
da roça, da fazenda para a cidade numa carroça, o Pai, a Mãe dele e ele, e o
cavalo se assustou não se sabe com que, virou a carroça, que caiu num
despenhadeiro, morreu o Pai, morreu a Mãe, e pela força da Missão dele, ele se
salvou.
Aí
chegou na cidade, não tinha Pai, não tinha Mãe, não tinha mais ninguém. Acabou
batendo num Terreiro, num Centro Espírito de um Velho.
O
Velho o acolheu, ele começou ali a aprender, a trabalhar, a Doutrinar, ajudar
as pessoas. Mas ele tinha uma força muito grande, quando chegavam aquelas
pessoas obssediadas, ele resolvia o problema com certa facilidade, e ali foi
crescendo, foi pra escola, e aquele Velho Espírito cuidava dele, desde o
primeiro ano, segundo ano, teve o Normal, se formou, se tornou Professor da
Escola lá cidade, e se tornou uma pessoa querida, Todo mundo gostava dele.
Um
belo dia, aquele Velho Missionário disse: “ Olha você tem um compromisso muito
sério. Você tem uma conta muito séria pra acertar. Tenha muito Amor no coração,
procure, sempre que tiver oportunidade, fazer a Caridade, porque você vai
precisar de muita energia, de muitos bônus para enfrentar uma velha dívida que
você tem”.
Aí
ele resolveu fazer um Curso de Especialização, de Pós-Graduação, foi pro Rio de
Janeiro. E enquanto isso, que ele era
Professor e coisa e tal, tinha uma mocinha que gostava muito dele, mas ele não
ligava pra ela, não se interessou. Ela era uma moça boa, mas ele não se
interessou.
Foi
para o Rio de Janeiro, fazer o Curso dele lá, e ali conheceu uma carioca, ele
se apaixonou, e ela dizia pra ele: “ Ah, eu não gosto dessas coisas”, começou a
cortar: “ Ah, eu não gosto dessas coisas, isto aí pra mim não existe, é
besteira”.
Aí
ele voltou, procurou o Velho Protetor dele e disse: “ Ah, eu estou apaixonado,
ela não gosta disso”, e o Velho lhe respondeu: “ Olha, tome cuidado, não se
esqueça do que te contei, do seu compromisso”, e ele disse: “ Não, eu já
trabalhei tanto, ajudei a tantas pessoas, agora eu vou cuidar da minha vida”, e
se casou. Ele veio morar em Alfenas, ele construiu um bangalô bonitinho, que lá
faz muito frio no inverno, e ele construiu ate uma lareira no bangalô dele lá,
num lugar alto, bonito.
Mas
pelo destino, pela força do Carma, ali perto vivia novamente a Mãe e a Filha,
na segunda encarnação. Elas também estavam ali por perto de Alfenas.
Um
belo dia, esse obssessor pegou a filha dele, e a moça começou a passar mal, não
sei o quê, e a mãe dela freqüentava lá o Centro espírita, e aí veio correndo
com a moça, trouxe a moça lá pro Velho e disse assim: Que posso fazer”, e o
Velho lhe respondeu: “ Eu não posso fazer nada, só quem pode ajudar é fulano de
tal, mas ele não está mais aqui, não vem mais aqui”.
E
ela perguntou onde ele estava “ Ele mora naquela casa lá” disse o Velho.
A
Mãe ficou com tanta revolta vendo a filha dela daquele jeito, pegou e foi pra
casa dele. Já estava escurecendo garoando, um dia triste.
Quando
ela chegou perto da porta assim, o obssessor que estava incorporado na menina
reconheceu ele, o fazendeiro que o tinha assassinado. Meteu o pé na porta, ele
estava de roupão, perto da lareira, já logo recebeu aquela baforada de ar frio
no corpo quente, e virou a costa e saiu correndo, e ele atrás, tentando segurar
a moça, e a Mãe dela correndo atrás também.
A
uns duzentos metros ali da casa dele passava uma Estrada de Ferro, que tinha um
corte bem fundo, num terreno acidentado. Quando ele ia pegando a moça, o
obssessor jogou ela lá pra baixo, ela caiu e torceu o pescoço.
Um
funcionário da Estrada de ferro que estava ali perto estava meio escuro,
testemunhou que ele empurrou a moça. A Mãe
da moça, por sua vez, viu que não foi ele, mas de tanta raiva disse que foi
ele, e testemunhou isso.
E
ele foi preso, condenado.Mas ele já não
estava bem, ele começou a adoecer, gerou uma pneumonia nele, começou a ficar
todo “ feridento” na cadeia.
Passados
uns cinco a seis anos que ele estava preso, a Mãe da Moça, já perto de morrer,
passava muito mal, mandou chamara pessoa lá, não sabe se o Juiz ou o Delegado,
e confessou que o rapaz era inocente, que o guarda da Estrada de Ferro não
tinha condições de ver direito, porque ele estava olhando de baixo para ima. E
disse que a moça se jogou, que não foi ele que empurrou a moça. Que ela fez
aquilo porque ficou com muito ódio, porque ele podia ter ajudado a filha dela e
não ajudou.
Aí
foram lá, soltaram ele, que saiu da cadeia e foi direto pra casa do Velho, lá
no Centro, e disse: “ Oh meu Pai, você vê, eu era inocente. Agora eu quero
ficar com você, e ajudar todo mundo que vier aqui. Só quero trabalhar aqui, não
quero saber de mais nada”. A esposa dele o abandonou, a Carioquinha foi embora,
ele ficou “ na pior”. Aí o Velho olhou pra ele disse: “ É meu Filho, mas agora
é tarde. Você está todo feridento, doente, você foi condenado, ninguém acredita
mais em você, ninguém vai confiar mais em você. Não tem aqui lugar mais pra
você trabalhar. Não tem condições de ajudar mais a ninguém, você não tem mais
crédito nenhum”.
E
“Ele acabou os dias dele, feridento, pedindo esmolas, e perdeu uma grande
oportunidade”
“
Todos nós temos o nosso obssessor. Todos nós temos aquele dia para acertar a
nossa conta. Não tenham dúvidas disso. Vamos meus irmãos, vamos estar
preparados para este dia, porque às vezes nós só viemos, e muitos só vieram só
po aquilo, só para aquela divida, e podem perder a oportunidade. Não sabemos quando
vai ser,como vai ser, agora sabemos que não somos “ anjinhos! não é meu irmãos?
E somos também felizardos, por termos a consciência disto. Basta “que cada um
busque, procure ganhar seus bônus, procure se preparara para libertar e se
libertar”.